O nono episódio de Demolidor: Renascido (título original Daredevil: Born Again), intitulado “Straight to Hell”, não é apenas o encerramento da primeira temporada – é uma declaração de intenções. A série, que até aqui vinha equilibrando momentos de introspeção com ação urbana, entra agora em território sombrio e político, elevando a tensão e preparando o terreno para uma nova era no universo Marvel.
Rei do Crime assume o controlo absoluto
Com Wilson Fisk, o temido Rei do Crime, oficialmente nomeado presidente da câmara de Nova Iorque, o episódio mergulha a cidade num cenário quase distópico. A lei marcial é imposta, patrulhas armadas ocupam as ruas e os direitos civis parecem coisa do passado. Este não é apenas o regresso de um vilão – é o nascimento de um regime de opressão disfarçado de ordem.
A cena em que Fisk executa o comissário Gallo com as próprias mãos é talvez o momento mais chocante do episódio. A brutalidade crua, a frieza com que é feita e o silêncio que se segue deixam claro que não há mais máscaras. Fisk não precisa esconder quem é.
Demolidor entre a justiça e a vingança
Do outro lado da barricada está Matt Murdock, o Demolidor, mais dividido do que nunca. As suas convicções são postas à prova numa Nova Iorque sem lei, onde os sistemas falharam e o vilão venceu. O seu dilema moral é o motor emocional do episódio, e os roteiristas fazem um excelente trabalho em transmitir o peso da escolha: continuar a lutar pelas vias legais ou aceitar que, às vezes, justiça e violência andam lado a lado.
Justiceiro rouba a cena
A participação de Frank Castle, o Justiceiro, dá ao episódio a dose de caos e ação que a série precisava para encerrar com força. O contraste entre o Justiceiro e o Demolidor é tão intenso como eficaz – dois homens com objetivos semelhantes mas métodos radicalmente opostos. As sequências de combate são cruas, bem coreografadas e com uma energia que prende o espectador do início ao fim.
Vanessa e o grande segredo
Um dos momentos mais inesperados vem com a revelação de que Vanessa Fisk foi a responsável por orquestrar a morte de Foggy Nelson. Esta revelação não só adiciona profundidade à personagem de Vanessa, como eleva o nível de traição e tragédia pessoal para Matt. É um golpe emocional com consequências duradouras para a série.
Um fim que é só o começo
O episódio termina com o Demolidor e os seus aliados a planear uma resistência contra o novo regime. A sensação é clara: a verdadeira batalha ainda agora começou. Este não foi um final feliz — foi um chamado à luta.
Veredito final
“Straight to Hell” é, sem dúvida, o episódio mais forte da temporada. Com um tom mais maduro, ousado e sombrio, a série encontra finalmente a sua identidade. Se os episódios anteriores foram a preparação, este foi o disparo inicial de algo muito maior. A segunda temporada promete — e os fãs mal podem esperar.